Me encantas,
oh musa! O teu ar de certeza, teus olhos distantes, sorriso perfeito e um jeito
só teu. Tão cheia de si e de suas verdades; do momento, do agora, sem depois,
sem amanhã.
O que eu não
daria pra que fosses minha? Oh musa! Talvez o mar, a lua ou os ventos se fossem
só meus, e não de todos os apaixonados.
Talvez se a
noite não fosse seu palco, se seus olhos não refletissem a profundidade de sua
alma, ou se fosses menos deusa e mais humana, talvez, quem sabe talvez, fosses
alcançável.
Andas tu e
teus pensamentos, uma dose de vodca, cigarro na mão. Embriagas assim teu
público, perdidos entre teu charme e tua serenidade, entre a sua distância e a
impiedade de sua beleza.
Dizem que o
infinito é um dos deuses mais bonitos. Serás tu parte deste? Ou és tu o próprio em
forma humana? Inspiras assim a eternidade, o uno, o logos.
Poderão os
homens possuir-te fisicamente, mas se és eternidade como tais mortais tocarão o
abismo de tua alma? Se os valores são formadores dos princípios, e se o caminho
inverso é impossível?
Amo, pois, a
ti, musa! Em todas as suas faces, deusa, diva, humana, mulher.
Rodrigo
Santana da Fonseca Amorim.
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