Relembrando
o "movimento beat".
"(...) Aqui estão os loucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os criadores de caso. Os pinos redondos nos buracos quadrados. Aqueles que vêem as coisas de forma diferente. Eles não curtem regras. E não respeitam o status quo. Você pode citá-los, discordar deles, glorificá-los ou caluniá-los. Mas a única coisa que você não pode fazer é ignorá-los. Porque eles mudam as coisas. Empurram a raça humana para a frente. E, enquanto alguns os vêem como loucos, nós os vemos como geniais. Porque as pessoas loucas o bastante para acreditar que podem mudar o mundo, são as que o mudam (...)."
“(...)
Mas, nessa época, eles dançavam pelas ruas como piões frenéticos, e eu me
arrastava na mesma direção como tenho feito toda a minha vida, sempre
rastejando atrás de pessoas que me interessam, porque, para mim, pessoas mesmo
são os loucos, os que estão loucos para viver, loucos para falar, loucos para
serem salvos, que querem tudo ao mesmo tempo, aqueles que nunca bocejam e jamais
dizem coisas comuns, mas queimam, queimam, queimam como fabulosos fogos de
artifício, explodindo como constelações em cujo centro fervilhante — pop —
pode-se ver um brilho azul e intenso até que todos “aaaaaaah!” Como é mesmo
que eles chamavam esses garotos na Alemanha de Goethe? Desejando ardorosamente
aprender a escrever tão bem quanto Carlo, Dean, como é fácil imaginar, começou
a envolvê-lo com aquela alma insinuante e amorosa que só mesmo um verdadeiro
vagabundo poderia ter. (...)”
“(...)
E percebo que não importa onde eu esteja, seja em um quartinho repleto de
idéias ou nesse universo infinito de estrelas e montanhas, tudo está na minha
mente. Não há necessidade de solidão. Por isso, ame a vida como ela é e não
forme idéias preconcebidas de espécie alguma em sua mente. (...)”
Jack Kerouac