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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

O Pequeno Príncipe


     Recordar é viver...

     Trata-se da estória de um príncipe que morava em um pequeno planeta adiante. Viajava através de planetas e reinos, conhecendo pessoas, lugares, sentimentos e valores. Possuia, pois, uma flor muito especial que amava muito.
     A flor embora bonita e cheirosa era vã e exigente, ingênua e orgulhosa! Acreditava que seus espinhos a protegeriam, exigiu que o príncipe a cobrisse com uma tela. Disse-lhe para colocá-la sob um globo de vidro à noite para protegê-la do frio. Embora o príncipe a amasse, estava cansado de ouvir-lhe as exigências, assim ele partiu de seu planeta com um bando de pássaros em migração.
     O Pequeno Príncipe, então, vem aqui pra Terra, encontrando um campo com milhares de rosas iguais a dele. Achara, assim, que tinha perdido tempo, pois haviam milhões de outras rosas iguais a dele. Não sendo ela especial. Mas, a raposa, fez com que ele entendesse que o tempo que ele perdera com aquela rosa, cuidando, protegendo, ouvindo-a queixar-se ou gabar-se, tirando as larvas, deixando apenas duas ou três, por causa das borboletas, protegendo com a redoma, para que ela não ficasse exposta ao vento, cada gesto, fez daquela rosa ÚNICA! As outras eram apenas rosas...
     Ensinou-lhe, ainda, a raposa: "a gente só conhece bem as coisas que cativou, os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas, mas como não existem lojas de amigos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me!..."

Rodrigo Santana da Fonseca Amorim





quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Marília de Dirceu - Thomás Antônio Gonzaga



“Pintam, Marília, os poetas
a um menino vendado,
com uma aljava de setas,
arco empunhado na mão;
ligeiras asas nos ombros,
o tenro corpo despido,
e de amor ou de culpido
são os nomes que lhe dão...

Tu Marília, agora vendo
de amor o lindo retrato,
contigo estarás dizendo
que é este o retrato teu.
Sim, Marília, a cópia é tua,
que cupido é deus suposto:
se há cupido é só teu rosto,
que ele foi quem me venceu...

Na sua face mimosa, Marília,
estão misturadas purpúreas folhas de rosa,
brancas folhas de jasmim.
Dos rubins mais preciosos
os seus beiços são formados;
os seus dentes delicados
são pedações de marfim.

Mal vi seu rosto perfeito,
dei logo um suspiro, e ele
reconheceu haver-me feito
estrago no coração.
Punha em mim os olhos, quando
entendia eu não olhava;
vendo que o via, baixava
a modesta vista ao chão.


Marília de Dirceu - Thomás Antônio Gonzaga