Será o amor, como pregam os poetas, a causa da nossa existência e o alimento da nossa alma? Ou será mias uma grande ilusão romântica, criada pelo homem na tentativa de justificar o vazio de sua alma e a desventura de sua vida.
Friedrich Nietzsche, em suas duras palavras, afirma que “Temos a arte para não morrer da verdade”. Ademais assegura que “o amor é o estado no qual os homens tem mais probabilidade de ver as coisas como elas não são”.
Noutro entendimento William Shakespeare: “De almas sinceras a união sincera nada há que impeça: amor não é amor se quando encontra obstáculos se altera, ou se vacila ao mínimo temor. Amor é um marco eterno, dominante, que encara a tempestade com bravura; é astro que norteia a vela errante, cujo valor se ignora, lá na altura. Amor não teme o tempo, muito embora seu alfange não poupe a mocidade; amor não se transforma de hora em hora, antes se afirma para a eternidade. Se isso é falso, e que é falso alguém provou, eu não sou poeta, e ninguém nunca amou”.
Certo mesmo é que em um mundo de facilidades não existe mais conquistas, em um mundo de redes sociais já não existe mais distância. Em um mundo capitalista de modismos e futilidades qual amor sobreviveria? Já não existe mais o namoro na praça, a paquera inocente, as proibições, os desafios e as grandes aventuras.
Quer saber mesmo em que eu acredito? Acredito nos sentimentos, mas não em todos esses sentimentos; acredito nas pessoas, mas não em todas as pessoas; acredito no amor, mas não em todos esses amores.
O amor pra existir precisaria ser puro, divino, maior que os homens e acessível apenas àqueles que detivessem a capacidade de amar.
Portanto, acredito no amor, mas não em todos esses amores.
Rodrigo Santana da Fonseca Amorim
Rodrigo Santana da Fonseca Amorim